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sábado, 26 de dezembro de 2009

Linhas invisiveis

As vezes é preciso ver o que está além dos acontecimentos, porque existem linhas invisíveis com palavras que ditam a ordem das coisas.
Elas fazem com que almas sejam destruídas uma vez, para entender que é preciso ser forte diante da vida e que o mundo nunca vai parar para um coração ser concertado.
É um sistema complexo que confunde a todos, faz com que se pense que o amor dói, e essa é a mentira mais cruel que se pode carregar. Ele é programado para ensinar, e aprender é que é penoso, porque exige esforço e a maioria das pessoas não estão dispostas a se esforçar por si mesmas.
Mas chega um momento no qual não há como fugir, é preciso enfrentar o que está diante de si, enfrentar os momentos que foram selecionados para cada um. No entando, a verdadeira tristeza não é a do coração partido, mas a de ninguém conseguir enxergar a única verdade que importa: não existem vítimas, nem tão pouco vilões. Só o que existe são pessoas passando pelas fazes da existência.
Haverá sempre erros, sofrimento e aprendizado, este é o ciclo imutável estípulado pela microsoft do mundo.

As vezes é preciso abrir os olhos e ver o que dizem as linhas invisíveis, é preciso reconhecer que elas nunca darão a ninguém um final feliz, só o que elas darão são escolhas.
E então é melhor escolher, quem ama perdoa e pede perdão, ao menos uma vez.

Jéssica Bueno.

Inspiração: Broken Hearted Girl (Beyoncé)

Você é tudo o que eu achava que nunca seria
Não é nada como um pensamento do que poderia ter sido
Mesmo assim, você vive dentro de mim
Então me diga como é isso?
Você é o único que eu desejo poder esquecer
O único que eu amo para não perdoar
Apesar de você quebrar meu coração
Você é o único.
E apesar de existir momentos que eu não gosto de você
Porque eu não posso apagar os momentos que você me machucou
e pôs lágrimas no meu rosto,
E até agora, quando eu não gosto de você
Me dói dizer que eu sei que estarei aqui
no final do dia

Eu não quero ficar sem você, amor
Eu não quero um coração partido
Não quero respirar sem você, amor
Eu não quero interpretar esse papel
[...]

Uma coisa que eu sinto que preciso dizer
Mas até agora eu sempre tive medo que você nunca chegasse perto.
E mesmo assim quero botar isso pra fora,
É que quando você diz que tem o maior respeito por mim,
As vezes eu sinto que você não me merece
E ainda assim você está no meu coração
Mas você é o único
E sim, há momentos em que eu não gosto de você
Mas eu não reclamo
Porque eu tive medo de que você fosse embora
Oh, mas agora eu não odeio você
Eu estou feliz em dizer
Que eu estarei aqui
No final do dia

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Observações inúteis

lPassando os olhos pelo site da globo, me deparo com a seguinte matéria: Casal russo é preso na Tailândia após ser flagrado fazendo sexo na praia. A matéria diz que a policia Tailandesa recebeu uma denúncia na sexta-feira (11) informando que um grupo de estrangeiros estavam se exibindo de maneira indecente na praia e, quando os tiras chegaram lá, um casal que estava dentro da água aparentava estar fazendo sexo.

Claro, uma vez que um episódio semelhante explodiu na mídia brasileira, vindo de uma celebridade, não há muito o que dizer com alguma moral para criticar um caso como esse. Todavia, ainda existe conceitos culturais e particulares que podem ser levados em conta, como a questão da religião, no caso do catolicismo, é proibido ter relações antes do casamento ou expor o corpo, como foi feito pelos russos.
Porém, não se pode negar que é um tanto difícil, no século XXI, encontrar um filme ou mesmo um livro de romance que não fale de sexo, que não o descreva e não dê tanta importância a isso. Os pais têm cada vez mais dificuldades em lidar o assunto com seus adolescentes e de orientá-los, alguns por não ter tido o mesmo em sua criação, outros pois o acesso a imagens, vídeos e informações se tornou tão fácil, que já não sabem a que ponto está a idealização e o conhecimento de seus filhos.
Em contraste, descendo a mesma página do G1 em que há a reportagem, encontra-se outras manchetes como: "Multada por sexo barulhento, britânica admite que violou ‘lei do silêncio’" , " Americano é preso por ligar para polícia e pedir sexo para telefonista", "Casal é multado na Alemanha em R$ 5,4 mil por fazer sexo na varanda", "Cobrador é preso ao propor para mulher perdão de dívida em troca de sexo", "Cabeleireira transforma assaltante em escravo sexual na Rússia". Nota-se que a maior parte das manchetes trazem fatos sobre adultos e não sobre jovens querendo experimentar o que assistiram na televisão ou viram em sites. Estes relatos chamam a atenção não pela vulgaridade dos atos cometidos, mas porque tais foram realizados por quem deveria dar o exemplo.
Surge então uma questão, a mídia é mesmo culpada por induzir a sexualidade precoce? Ou ela é o alvo por relatar os atos dos próprios homens que deveriam dar o bom exemplo?
Na melhor das hipóteses, entre discussões, prisões e fugas, trabalho e viagem, tudo sempre acaba em "make love".
Se não é trágico, ao menos garante algumas risadas! O personagem de Hugh Laurie, dr. House, é que está certo em dizer que o que conecta os seres humanos na terra é o sexo, essas exibições de amor em público estão por toda parte e acontecem com cada vez mais frequência.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Desculpa

Estou aqui vagando pela internet, no auge da minha sensibilidade inesperadamente exagerada de toda mulher, e dou de cara com Ana Carolina. É a primeira vez que presto atenção em suas letras ao invés de sua voz, são muito profundas e realistas, gosto de coisas realistas, embora seja um pouco pegasojo demais para o meu momento romantico-moderado.
Eis que encontro um poema muito interessante. Me chamou a atenção o começo, porém, só gostei do final. Não tenho nada a me lamentar da minha vida amorosa, mas vou colocar aqui justamente pelo final!
Engraçado, não é!? Na vida se atropela tantas coisas para poder começar outras, que raramente se presta muita atenção nos finais, creio que sejam mais importantes. Mostra o quanto se evoluiu ou regrediu, o quanto se esforçou ou não.
So, Let´s go:

Desculpa

Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente.
Desculpa, tudo que vivi foi profundamente
Eu te ensinei quem sou, e você foi me tirando os espaços entre os abraços
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse possibilidade de me inventar de novo.
Desculpa
Desculpa se te olho profundamente, rente à pele
A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços.
A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos.

Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.

Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente.

(Ana Carolina)

sábado, 12 de dezembro de 2009

A Herança de Ana Bolena



Acabo de terminar este livro. A história é sobre as ultimas e menois populares mulheres de Henrique VIII: Ana de Cleves e Catarina Howard. Para quem não se lembra, Henrique VIII assumiu o trono inglês após a morte de seu irmão, e se casou com Catarina de Aragão, que deveria ter sido esposa de seu irmão. Bem, fidelidade não era algo para reis e na realidade chego a pensar que traição nunca foi uma coisa rara, nem mesmo na santa igreja, mas retomando o pensamento, o rei adorava trair sua pobre esposa com suas damas de honra, contudo, a que lhe negou o sexo conquistou seu coração (HOMENS!). Então, já que este rei podia tudo, arrumou uma desculpa para enxotar a legitima rainha e casar-se de novo com Ana Bolena. Esta foi a rainha mais popular, creio que por ter perdido a cabeça, literalmente! O rei desejou se casar com sua dama de honra Jane Seymour e arrumou uma desculpa de que Ana Bolena era adultera e tinha relações sexuais com seu irmão, nem preciso dizer que trair o rei é pedir pra morrer né!? Talvez com outros reis a rainha poderia ter saído viva, mas creio que Henrique enlouqueceu com o poder.

A jogada do livro é nos fazer entender qual é a herança de Ana Bolena, e digo que chorei muito com essa herança! Fiquei indignada com as coisas que aconteciam na corte de Henrique VIII, é claro que sei que muita coisa é invensão e, outras tantas, suposições, mas uma coisa não se pode negar: um rei que teve de suas 5 esposas, 4 mortas, sendo que uma delas escapou (Ana de Cleves) porque foi considerada sua irmã, massacrou milhares de opositores ao seu reinado, e até pessoas inocentes acusadas de bruxaria, só pode ser desequilibrado, não é?

História é a coisa mais linda, porém, só é linda porque é passado. Acho incrível as guerras das primeiras tribos, a disputa por território, a lealdade dos povos.
Enfim, ta aí um livro que vale a pena. Um livro sobre a Dinastia Tudor e a Reforma Protestante.

sábado, 7 de novembro de 2009

Há um virar de página...

...e a história continua, mas não o texto.
É incrível como no final toda a confusão vira uma linda corrente de prata, reluz vivamente com um quê de ironia e sorri com a malícia de quem sabe brilhar. Não vou dizer que toda a reflexão que fiz foi inútil, ainda penso que tudo o que fui trouxe-me para o que hoje sou, mas talvez, este pensamento tenha sido uma amostra de que todo o novelo em minha mente se trançaria. E quão cego um ser humano pode ser!
Pois hoje descobri que não há portas para cruzar, não há nada para se fechar atrás de mim que nunca mais se abra, há apenas o caminho. Sem interrupção, com bifurcações, é claro, contudo jamais finito. Entendo hoje que cada estrada é da forma que construi e que me leva simplesmente para onde quero. Não há escolhas completamente certas e completamente erradas, e muito menos há o que se deveria fazer, tudo o que existe na vida são as vontades que tenho e o quanto estou disposta a andar e correr. Atalhos podem ser cruéis, levando-me por subidas íngremes sem volta, ao passo que certas bifurcações podem me levar para o mesmo lugar que a estrada ao lado levaria, só que em um período muito maior.
Sendo tão longa a viajem não haverá tempo para voltar atrás, reconheço agora que poderia se quisesse, mas de nada adiantaria e este é o motivo de deixar aqui tudo o que tenho e continuar a caminhar, sem tentar arrastar o passado, para de mãos livres poder abraçar o presente.
A saudade casou-se com o conformismo e o medo não foi convidado para a festa. Ele existe ainda, sempre existirá. Persegue-me pelas sombras, porém, enquanto a determinação residir em mim, ele estará sempre atrás, nunca a frente no domínio.
Sou guiada pelo sol e protegida pela lua, este casal conduz meus pensamentos numa harmonia tonificada. Sussurrando noite e dia a única verdade que custo a aceitar: companheiros serão deixados para atrás, amigos se distanciarão e seguirão para outros portos, onde estará sua felicidade. Colegas quase sempre presentes poderão tornar-se amigos presentes.
Numa montanha russa todos estão juntos, mas a vida passo a passo deixa de ser uma brincadeira, e poucos tem coragem de atravessar o trilho de um trem.
Já não olho para trás, já não exito as decisões que tomei. Seguirei e assumirei minhas escolhas, mas principalmente lutarei. Com a força das alegrias que tive, das amizades que conquistei, dos erros que me ensinaram e das pessoas que amei.
"Sei de uma criatura antiga e formidável,
Que a si mesma devora os membros e as entranhas...
Habita juntamente os vales e as montanhas;
[...]
Cresta o seio da flor e corrompe-lhe o fruto,
E é nesse destruir que as suas forças dobra.
Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida;
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a morte; eu direi que é a vida."
(Machado de Assis)
PS: O titulo é Fernando Pessoa.
PS2: Voltei galera!
Por: JeHh Lunática.

sábado, 3 de outubro de 2009

Para Rodrigo


No msn, acabei de ler as melhores palavras que poderiam me ser ditas agora:
"As coisas não se conquistam sem luta, e essa é a graça da vida: lutar pelo que você quer; mostrar o melhor que você é.
E por fim, quem sabe, se tornar um exemplo para outra pessoa perdida."

A maioria das pessoas, quando não mudam a nossa vida ou quem somos, saem dela sem deixar ou levar coisa alguma. Porém apenas raras pessoas, conseguem fazer a diferença todos os dias, sem que seja preciso estar sempre com elas, ou falar-lhes com frequência.
Ro, eu já te disse isso e agora repito, não apenas para enfatizar, mas para que você veja a importância que tem na minha vida. Por que você consegue faze-la ser novamente colorida, quando perde a cor. Sempre que preciso lutar por algo, lembro de você. Eu queria poder ter as palavras certas para explicar tudo o que você representa para mim mas, por incrivel que pareça, não consigo.

Sem dúvidas, eu seria mesmo uma pessoa diferente sem você, poderia até seguir os mesmos caminhos, mas não com os mesmos passos e com a mesma determinação.
Obrigada por me resgatar quando eu acho que estou perdida, por me desafiar e me fazer pensar no que eu realmente quero e preciso. Por me questionar todas as vezes que eu digo que não sei o que fazer, e então, ao contrário das outras pessoas, você não diz o que eu posso fazer, me faz encontrar uma solução, descobrir por mim mesma.
Lembra-se quando eu dizia que somos diferentes e nunca concordariamos em nada? Bem, em parte era verdade. Mas é essa diferença que manteve a nossa amizade como é. As nossas discussões sobre tudo nunca nos deixam sem assunto, e as nossas conclusões quase sempre diferentes, só servem para estimular outra discussão sobre coisas banais.

Você diz que um dia vamos nos afastar totalmente. Não aceito isso e não adianta me contrariar. Quando estivermos cansados de buscar metas na vida, vou te escrever uma carta e dizer: pelo menos nisso você estava errado. Então você me fará uma daquelas pegadinhas que eu preciso de cinco dias para entender!

Beijos, Jé.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O falso FIM.


Não lembro se já disse aqui que, se há uma coisa que pode realmente me apavorar, é o fim. Pois se não disse, grito agora: odeio finais, não sei lidar com o "nunca mais", porque ele, ao contrário do " para sempre", quando existe, nunca acaba.
Nunca pensei que fosse encontrar um final que não me causasse uma dor profunda e uma negação irracional. Pois senhores, estou diante de um. Porém, para chegar à história do fim, deve-se contar a história do começo.

Vamos a ele.
Quando o ano começou e as aulas estavam próximas a voltar, meu coração foi ficando cada vez menor. Este é um ano em que cada dia é a "ultima vez de minha velha e cômoda vida", eis o meu terror. Imaginei ficar sem entrar em um colégio, com todos aqueles adolescentes berrantes querendo controlar o mundo e uns aos outros, imaginei não ter professores dando créditos e pontos ao seus alunos ingratos, ensinando-os a ser gente e não apenas a reconhecer suas falhas, mas a concertá-las. Imaginei não estar em um ambiente cheio dessas pessoas que se importam com meu futuro por mim. Não ter quem esteja ali para me ensinar, de novo e de novo, o que meu cérebro teima em não aprender. Preguiçoso e infantil como é.
Imaginar doeu. Não posso dizer se doeu mais do que doerá quando tudo realmente acontecer, ontem dizia que sim, hoje digo que não, o amanhã quem sabe?
Ver meus amigos e colegas de sala e tentar adivinhar o que se tornarão, se nos veremos futuramente ou se trabalharemos uns com os outros, doeu também. Os amigos em dobro, é claro. Ademais, o que inflama o ferimento é a saudade antecipada. Dessa já falei, dói mais que a saudade propriamente dita.

E tudo gira em torno do tempo. O tempo que de repente resolveu passar depressa e deixar tudo o que conheço para tras, o tempo que me cobra escolhas e tinge de cinza os meus sonhos mais coloridos. E foi este mesmo cretino que tomou a minha dor, levou embora a minha saudade e transformou minha fonte de arco-iris em pesadelos. Ele fez pessoas que admirava cuspirem palavras espinhosas, fez-me ver o quão pobre de alma algumas pessoas são, e isto tornou um desprazer conviver com elas, te-las em minhas lembranças ternas. É repugnante ver que o coração que antes batia devagar para apreciar cada segundo que restava no meu "mundinho feliz", é o mesmo que bate desesperado para se livrar dele.

Esta é a história do fim. Para mim o tempo de apreciar e aproveitar pela ultima vez, acabou. O ano ainda está rolando e os dias voando, mas tudo o que eu tinha medo de deixar, me deixou. Tentei por vezes e vezes fazer tudo certo, tentei montar um momento perfeito para nos despedirmos, para que eu pudesse, naquele momento, olhar para trás e dizer: "valeu a pena". E um coro me acompanhar: "sim, valeu a pena". É devastador saber que tais palavras jamais poderão sair de minha boca, a menos que sejam arrastadas por algum sentimento apressado.

Entretanto, dentro de mim ainda há uma lágrima de indignação, sim eu quero chorar. De raiva, de mágoa, não de dor e nem tampouco de saudade. Por que furar minha trouxinha de bons sentimentos, bons desejos, bons sonhos e boas recordações?
É, meus caros, a vida não é ruim, o mundo não é, nem de longe, cruel. As pessoas é que são, e o são com o prazer que um guloso tem de devorar um bolo as escondidas.
Jéssica C. Bueno

"Tudo acaba, leitor; é um velho truísmo, a que se pode acrescentar que nem tudo o que dura dura muito tempo. Esta segunda parte não acha crentes fáceis, ao contrário, a ideia de que um castelo de vento dura mais que o mesmo vento de que é feito dificilmente se despegará da cabeça, e é bom que seja assim, para que não se perca o costume daquelas construções quase ternas."
(Dom Casmurro)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um buraco.

Encontrei o chão com o meu rosto. Sempre assumi os meus erros, por vezes eles são consequências de minha falta de reponsabilidade, por vezes apenas um engano, um jeito de ser "errado", ou uma tentativa falhada de ser melhor.
Este, é um pouco disso ou daquilo, mas a culpa, o erro, é por todo meu. Ninguém me fez errar, errei porque falhei e já que vou pagar sozinha, porque insistem em procurar uma causa para justificar minha falha? A unica causa é ter perdido o tempo, ter ficado desligada. Mas sempre fui assim, todos podem comprovar, então porque estão insistindo que eu mudei? Que me mudaram?

Contudo, o pior não é ter que repetir o tempo todo que o erro foi meu, mas é não conseguir mostrar que eu fui a unica prejudicada, e que não precisam ficar me humilhando por isso. Assumi, vou pagar e estou pagando. Será que não veem que doeu mais em mim? Que o unico sonho destruido foi o meu?
E agora pisoteiam-me. Eu sempre que soube que nunca tive realmente o apoio deles, só que agora é diferente. Agora é o unico momento que eu precisava disso. Não acreditam em mim e ainda esperam que eu confie neles?

Algumas pessoas vivem dentro de casa, mas eu vivo dentro de mim.

sábado, 12 de setembro de 2009

Lembra do significado de brincar na chuva?


Dói. Dói de um jeito diferente. É aquele frio na barriga, misturado com adrenalina e uma saudade tão forte que poderia derrubar uma parede, é dessas que só é sentida por quem está com as pessoas que ama pela ultima vez. E tem o medo. A pior coisa não é senti-lo, mas não saber o que fazer com ele.

Então, de repente, há a porta. A porta que se tranca para nunca mais atrás de nós, fechando nossos desejos, trancafiando parte de nossa vida em um corredor abandonado. Eles ficarão ali para sempre, para que possamos dizer: nunca mais é muito tempo, e é por isso que ele existe. Porque não importa o quão curta a vida pareça para que possamos conquistar todos os nossos sonhos, ela sempre será longa demais para o passado. Longa demais para o coração.
Este, porém, baterá ansiosamente, baterá tão forte quando a passagem se fechar que poder-se-há entender sua angustia "é o fim, mas não o meu, vou continuar batendo por você", essa é sua mensagem. Se isso não é sofrer, o que mais pode ser?

Contudo, não há mais nada a fazer. Não há como não passar pela porta, não há como impedi-la de aprisionar a eternidade. Tudo o que se terá, virá de fotos e páginas velhas de diários. Só agora é possivel entender quando os adultos diziam que essa é a melhor fase da vida. E é. Está sendo. O que resta agora é prometer uns aos outros a nunca esquecer toda essa vontade de viver, nunca esquecer as promessas de conquista, o significado de brincar na chuva.

Este é o mais importante. Pois é pelo simples prazer de estar a céu aberto quando sabe-se que poucas pessoas também estão, é abusar da saúde porque a tem, é sentir o gosto de viver um minuto como se fosse o ultimo. De mostrar à natureza que não importa o que ela faça com o tempo, sempre é possivel se divertir. Sempre é possivel brincar. Ser criança. Rir da bronca dos pais, rir dos adultos medrosos, é apenas água. É apenas vida.
O mais engraçado de tudo, é que um dia todos esquecem disso. Lembram-se apenas do que não podem mais fazer, não percebem que brincam na chuva quando arriscam o incomum. Pois essa é a essência de seu significado.
A unica questão é como guardar tudo isso quando o mundo que se conhece está prestes a mudar, como se lembrar de que ao terminar um "felizes para sempre", sempre haverá outro "era uma vez"? Essa dor transforma todo conto de fadas em filme de terror.

Não há uma solução. Mas ainda assim, há o coração. Ele baterá mesmo que várias vidas de seu hóspede se acabe, baterá até o seu fim. Até o fim do existir.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

30 de Dezembro

Não se assustem, eu sei que hoje é setembro de 2009, dia 8, mas eu estava folheando minha antiga agenda e encontrei algo que deveria ter postado aqui. Bem, talvez não deveria, mas o fato é que eu queria escrever hoje e estava sem idéias, então encontrei idéias prontas e a vantagem é que são minhas mesmo. Vou copiar exatamente como está aqui no papel.

"É o fim de mais uma agenda. Agora é hora de concluir tudo o que aprendi, e talvez eu jamais consiga concluir tudo.
O que aprendi é que a vida é simples, tão simples quanto uma caixa vazia. Há caixas de todos os tipos, cada pessoa tem um tipo de caixa, de madeira, de metal, até de porcelana ou de gesso. Mas não é a estrutura que torna uma melhor que a outra, mas sim o conteúdo.
Podemos pôr o que quisermos dentro dela, algumas pessoas buscam uma diversidade de coisas, outras apenas fazem coleção de tudo o que tem. Mas ainda há aquelas que não acrescentam nada, apenas deixam sua caixa aberta para que todos possam compartilhar o que tem.
Porém, por toda essa simplicidade, muitas vezes acabamos confundindo o contúdo e a organição do espaço dentro dela, e é por isso que nunca é tarde para mudar; para arrumar a coleção de lembranças, sentimentos, sonhos e desejos que preenchem a vida.
Aprendi que não somos nós que complicamos a vida, mas sim a vemos de uma maneira complicada. Afinal, os artistas tem razão, tudo é uma questão de perspectiva.

The End"

(Meu infinito particular - 30/12/2008)

sábado, 5 de setembro de 2009

Nova perdição - Luna parte III

Caminho na chuva para não perder tempo. Ao menos este ainda posso conservar, isto é, se o vires como momentos, e não como segundos que correm em vão para o esquecimento.
Entro e todos me olham, olhares de reconhecimento, sorriem para mim e ignoram a água que escorre copiosamente de minhas roupas; eles não podem vê-las. Pois há muito a chuva caiu apenas sobre minha alma e agora escorre eternamente pela minha essência.
São velhos amigos para uma pessoa nova. Nada fazem além de lembrar-me o que desejei não ter vivido; ao menos posso ver em que momento deixei-me para trás. E o contraste está nas conversas. São velhas, porém, minhas palavras são todas novas. Agora entendo. Agora não dói mais. Contudo, a escória continua crua.
Faço meu riso ecoar no ambiente, ecoar em suas mentes, apenas porque a vida parece-me engraçada, as pessoas são todas comicas. Querendo desvendar uns aos outros, quando na verdade, nem ao menos conhecem a si mesmos. Cansei de ouvir desculpas de atos impulsivos, há culpa na desculpa; só se pode inocentar o silencio.
E quando o tive, ali em meio aos velhos companheiros, que gabam-se cada qual por achar que conhecem-me a mais tempo, pude ver a que grau está a decomposição do meu antigo eu. E ao mesmo tempo em que surpreendo-me, posso entender que tudo o que fui trouxe-me para onde estou e fez-me ser quem hoje sou. Talvez pudesse ter sabido disto antes, porém, descubro agora que um dia as palavras escaparam-me, e no momento são tão fartas que vazam de mim quase que instantâneamente.

Prefiro sentar-me ao lado de quem convive com o meu ser atual, sinto-me a vontade por não ter que explicar minha vida, meus atos, meus pensamentos. Apenas eles sabem que, naquele presente, meu sorriro está furioso. Meus planos para um futuro próximo foram aprisionados, sentenciados sem o menor pudor, como se eu não fosse capaz de lidar com eles. É fato que algumas pessoas desejam coisas com as quais não são capazes de dar conta, porém, se olhares para dentro delas, existe a determinação encomendada para chegar no momento certo; no momento em que terão de aprender a encarar o esperado e o inesperado.
Entretando, não deixo de concordar que acidentes acontecem, mas afinal não podem ocorrer em qualquer lugar?
Dão-me razão e compartilham de minha ira. Ira controlada, pois no momento de meu julgamento, calei-me com a condenação, compreendi que na vida é necessário aceitar ser tratado como se fosse mais jovem, simplesmente para mostrar a maturidade que não lhe deram; ser dotado de compreensão, mesmo diante de uma contrariedade.
Porém, confesso que não sou uma pessoa melhor do que fui. Chorava por querer ter uma vida diferente, agora minto para viver, com frequência estou aonde não deveria estar e faço o que não deveria fazer, mas vivo ao menos.


"Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltasse os outros, vá um homem consolar-se mais ou menos das pessoas que perde; mais falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo."
(Dom Casmurro)

Luna eternamente.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Ausência.

Passar as mãos e sentir o outro lado da cama morna, cheirar uma blusa com o perfume ainda envolvente, abraçar a si mesmo e sentir o mesmo perfume, isto é sentir a ausência.
A ausência pode doer tanto quanto a saudade que um dia já foi ausência. Pois ela carrega apenas os primeiros sintomas da dor causada pela falta de quem se ama.

Sintoma Nº 1, A negação da dor:
"Quando amanhece eu luto pra continuar dormindo
Porque eu não quero deixar o conforto daquele lugar;
Porque existe uma forma de escapar
Da vida que eu vivo enquanto estou acordado "
(Higher - Creed)

Não poder estar com quem se ama é como ver o sol se por atrás das montanhas. Quem pode saber quando ele voltará? Quem pode buscá-lo?

Sintoma Nº 2, A percepção:
"Minha respiração, é o único movimento ao redor
Demonios desordenando a minha volta.
Meu rosto sem nenhuma emoção,
Acorrentado pela minha sentença"
(My own prision - Creed)

Quando tudo perde a graça e alguns sentimentos até deixam de fazer sentido, de nada adianta continuar mentindo que a ausência não faz diferença.
Todo o resto do mundo parece leviano e sem importância. Só há uma coisa que domina a mente dos apaixonados, e milhares de coisas que dominam o coração.

Sintoma Nº 3, A rendição:
"[...] da noite para o dia,
Nós somos incompletos e ocos.
Quem é o responsável?
Nós certamente derretemos na chuva.
Esta tranquilidade é tão sem vida,
Sem espírito na tua alma.
Como crianças sem perspectivas,
Fazendo exatamente o que lhes disseram"
(Creed)

Chega uma hora em que lutar contra a dor não é mais viável. Não é necessário ter calma, porque amar é se entregar. E se entregar é aceitar a vida da maneira como ela lhe aparece, aprendendo a guiá-la de acordo com seus desejos, e moldá-la de acordo com seus limites.
A ausência é a confirmação de que um dia, a pouco tempo, o amor esteve ali, abraçando-lhe e sussurrando palavras de sonhos. Não há como fugir dela. Não há como não senti-la e adorá-la em todo o seu insano sadismo de paixão.

"Encontrei uma razão pra mim
Para mudar quem eu costumava ser
Uma razão pra começar tudo de novo
E a razão é você."
(The Reason - Hoobastank)

domingo, 2 de agosto de 2009

Um pouco de luz

Essa semana ouvi palavras que jamais sairão da minha mente, meu próprio coração as guardou automaticamente. E foi ainda mais impressionante ouvi-las de alguém que sofreu e ainda sofre uma dor irreparável.
Vou contar a vocês, que façam bom uso delas, ou simplesmente não façam nada.

"Não me importo de exagerar nos momentos bons e felizes, de fazer o possivel para que eles aconteçam tanto para vocês, quanto pra mim. Principalmente para vocês que ainda são novas. Porque são as boas lembranças que nos tornam pessoas fortes, e nos ajudam a enfrentar os momentos dificeis."

Essas palavras tiveram um grande impacto em mim, principalmente porque sempre pensei que os momentos ruins serviam para nos tornar mais fortes. Não consigo mais pensar assim. Dessa força só vejo o rancor e o medo. De que serve o rancor e o medo na hora de se entregar novamente a felicidade? De nada. Talvez seja por isso que eu demore tanto para acreditar nas coisas boas quando elas me acontecem, e demore ainda mais para confiar nos sentimentos bons.
Naquele instante, minha perspectiva mudou completamente. Agora concordo com ela, ou ele, o anjo que me disse isso. Devemos usar as lembranças boas para enfrentar os momentos ruins. A força está na vontade de tornar tudo bom novamente. Na simples idéia de que o mundo não é tão ruim quanto parece, que coisas boas ainda podem acontecer. Que sentimentos prazerosos não morreram só porque alguém os rancou de nós. Podemos lutar. Não usando a força que veio da dor, mas da força que veio do amor. Da alegria.
Da unica força que pode salvar o mundo, aquela que poucos usam, pois somente alguns conseguem exergá-la.

Engraçado como o mundo dá voltas não é? Como um unico dia pode mudar toda uma vida. Como algumas palavras podem atingir alguém.
Por isso sempre digo: As palavras tem poder.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um pouco de trevas

Ontem a chuva escorreu o meu bom dia, hoje amanheceu chovendo. Talvez eu não goste do tempo fechado e chuvoso porque ele me intimida. É melancólico, e estar consigo mesmo parece muito mais estar sozinho do que nos dias de sol. Ninguém poderá me convencer que pode existir o lado bom, para mim, ser prisioneira do tempo nunca será um prazer.
Frio, trevas, não-vida e um laço.



Me faz lembrar que um dia a morte falou:

"Eu não carrego gadanha nem foice.
Só uso um manto preto com capuz quando faz frio.
Eu não tenho aquelas feições de caveira que vocês
parecem gostar de me atribuir à distância.
Quer saber a minha verdadeira aparencia?
Eu ajudo. Procure um espelho enquanto eu continuo."
(A menina que roubava livros)

A verdade é que somos todos assassinos. Nem todos de almas, é claro. Mas sempre matamos o que precisa existir. Começando pela confiança, essa é a que mais morre.
Os seres humanos vivem buscando-na, tanto em si mesmo quanto nos outros, pena que poucos sabem que já a possuem, e os que sabem matam-na sempre que precisam tomar uma decisão por si só. Se a Confiança falasse, certamente questionaria o medo de arriscar conscientemente. Afinal, tudo o que fazemos é um risco, só não temos consciência disso o tempo todo.

O Próximo da lista é a Paz. Não há muito o que dizer sobre ela, alguns acham que não nasce mais, outros pensam que se escondeu para não ser esbofeteada até a morte. A maioria nunca ouviu falar.

A Fé vem logo atrás. Causa da morte: cancêr.
É evidente que não matamos a fé porque queremos, vai morrendo aos poucos sem que nos demos conta. Uma palavra ali, o tumor surge. Uma raiva aqui, ele se espalha. Uma decepção, estado terminal. Pip. piiii...

E então, a Esperança. Não a matamos de fato, mas a deixamos morrer.
Talvez ao pularmos no mar, esquecemos de tirá-la de lá, ou a deixamos cair no ralo enquanto tomamos banho.
Houve um homem que sentou-se ao lado dela numa praça, seu celular tocou e ele saiu correndo, deixando-a sozinha. A esperança não correu atrás dele, ficou esperando-o voltar, naquela praça, naquele banco. Ele não teve tempo de ir lá. Alguém a viu.

Por ultimo, o Amor. O que? Pensaram que a esperança é a ultima que morre? Quem disse isso estava vivo.
O Amor nasce e morre conosco. É verdade que as vezes ele se esconde, pensamos que nos abandonou, mas é bobagem. Ele gosta de brincar, o amor nunca vira adulto. Porém, como toda criança, nunca abandona seus pais e depende deles para existir.
Não é à toa que dizem que somos eternos amantes. Só deixamos de amar quando deixamos de viver. Porque, ao menos, amamos à vida até o ultimo momento.
Há quem diga que a odeia e prefere morrer. Entretando, apenas os que nada disseram a trocaram pela morte.

Não pensem que esqueci da Felicidade. Porém, o fato mais curioso e engraçado, é que a felicidade é imortal. Ela pode mudar e tingir-se, é quando a chamamos de tristeza. As vezes nós mesmos somos responsáveis por sua transformação. Mas, ao contrário de tudo o que é para sempre, a felicidade não é imutável. Por isso, constantemente reassume a sua forma original. Aquela que nos faz sorrir e desejar que nossos assassinatos sejam mentiras. Aquela que nos mostra que podemos dar vida ao que matamos. E damos.
Só para matá-las de novo.
Aposto que se pudessem gritar, os mortos diriam: Aproveite enquanto tudo pode reviver. Aproveite enquanto não é para nunca mais.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Liberdade e Compromisso

"O homem atual contempla com tanto receio a possibilidade de se comprometer que se corre o risco de paralisar, voluntariamente, seu poder de escolha e sua própria liberdade ao cabo. Escolher é comprometer-se. Toda a escolha é um compromisso. Logo, aqueles que têm pavor de escolher ou se limitam a tentativas abandonadas rapidamente contradizem e anulam a sua própria liberdade.
O homem moderno está na junção de várias veredas, mas, enquanto tiver medo de se comprometer, ficará estagnado na encruzilhada. Esta paralisia da liberdade, que torna o homem incapacitado de optar, de maneira duradoura, por qualquer coisa que lhe imponha um certo sacrificio, já não é a simples dificuldade decorrente do poder de escolha, porém, o estorvo que deriva do singelo fato de que a adoção de uma alternativa implica a exclusão de todas as demais. [...]"
(André Gonçalves Fernandes, juiz de Direito da 2° Vara Cível da Comarca de Sumaré, Correio Popular, 22 de julho de 2009).

Jovens: Liberdade e Compromisso?

É comum se ouvir dizer que os jovens devem conquistar sua liberdade e seus direitos antes de poder assumir um compromisso ou qualquer outro tipo de relação com alguma coisa (ou alguém) que envolva responsabilidade e maturidade. Porém, o espaço dado a estes jovens para que descubram o que é ser livre e ter que arcar com as consequências de seus atos, é curto e limitado.
A própria sociedade inibe a sua coragem e determinação, já tão deturpada pelo medo de errar.
Concomitantemente, durante a sua formação, a maior parte da confiança que lhes é oferecida pelos adultos, vem acompanha pela insegurança mal disfarçada, que para eles tem um impacto maior do que deixam transparecer. O que explica a falta de confiança tão evidente que tem em si mesmos.
Todavida, concluída sua formação escolar, esperam que façam suas escolhas sem exitar e assumam seus compromissos. Contudo, quando exitam, são repudiados pelas mesmas pessoas que extinguiram a fé que deveriam ter sobre si mesmos. As mesmas pessoas que aprisionaram sua vontade de aprender a lidar com a liberdade e o compromisso que lhes são exigidos ao final. Pessoas que refletem o homem moderno. Que criam homens modernos.

Jéssica Bueno.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Eu não quero ser vazia.

O carro em movimento, a musica toca sem ninguém realmente a ouvir, mas dá um clima agradável para a conversa desconfortável que se iniciou sem que se soubesse como.

V: Eu pensei muito a respeito de faculdade federal sabe... vou prestar só por prestar, porque se for para eu ir pra longe, vai dar muito gasto para o meu pai. Quase tanto quanto se eu fizer em uma faculdade particular.
JB: Também pensei nisso... - olha para fora como que buscando coragem para dizer o que a angustiava há muito tempo - Sabe V., eu também não quero ir para longe, mas não tanto pelos gastos... é só que... eu estou feliz aqui. Pela primeira vez eu estou tendo a vida que eu quero, pode ser burrice, mas não quero abrir mão disso. Eu nunca aproveitei tanto ter meus amigos ao meu lado, nunca aproveitei tanto a minha família... nunca aproveitei tanto ter um namorado...

A amiga olha para JB. com um sorriso encorajador, em seus olhos há uma mescla de prazer e compreensão.

V: Jé, é exatamente isso que eu penso. Porque eu preciso deixar meus amigos, minha família, meu apoio, a cidade que eu amo, meu namorado, para ir atrás de um futuro que talvez seja brilhante? Aqui eu sou feliz, aqui eu sou completa. - JB. concorda com entusiasmo, então afinal não estava sozinha! - Porque preciso ir para longe e ser vazia?
JB: Meus Deus, eu não sou a única que pensa assim. Não quero ir para longe, quero tentar aqui. Minha mãe jamais entenderia. Tenho medo de passar na Unesp, medo de ter que ir para longe e deixar tudo o que eu conquistei para trás. Eu tenho tudo o que sempre quis, aqui eu me sinto forte. Não pode ser tão errado querer ficar. - as palavras, como de costume, saíram atropeladas devido a empolgação que sentia. Parou para tomar fôlego e concluiu: - Também me sentiria vazia em qualquer outro lugar. Sem saber para onde ir e sem poder voltar.

Ao lado, o motorista, que por sinal é namorado da V., deu um muxoxo de impaciência:
B: Vocês se preocupam demais.
V: Não amor. A escola é que nos deixa assim!
JB: Claro, o que mais nos mata é a sensação de que se não for agora, é para nunca mais. Odeio isso.
V: Sim, concordo. Parece que eles dizem: se vocês não passarem esse ano, se não conseguirem, tudo o que vocês já aprenderam não poderá ser usado nunca mais. Foi tudo uma perda de tempo.
JB: Exatamente!!
V: Mas sabe , eu já tomei mesmo a minha decisão. Vou ficar aqui, seja como for, vou lutar ao lado das pessoas que eu amo e que me fazem feliz. E se daqui a 20 anos eu olhar para trás e ver que não valeu a pena, pelo menos durante esses 20 anos eu fui feliz e estava satisfeita com o pouco que eu tinha...
JB: Sim! - vibrou ela - E daqui a 20 anos, sei que poderei encontrar outras razões para continuar satisfeita e feliz com o que eu consegui durante esse tempo. - completou a fala da amiga.

As amigas sorriram uma para outra. Compartilhavam o mesmo medo, a mesma angústia, compartilhavam, até certo ponto, dos mesmos desejos. Mas principalmente, compartilhavam e entendiam a mesma felicidade.
-- End --

Nós somos as novas caras da falência
Mais bonitos e mais jovens, mas não melhores
À prova de balas e sozinhos, ao menos
(Fall Out Boys)

Já perdi a conta de quantas vezes ouvi dizer que os jovens são os responsáveis por mudar o mundo, por fazê-lo melhor. Quantas gerações jovens já não ouviram o mesmo? E quantas realmente mudaram? Poucas. Mas existiram, há décadas talvez.
Determinação e força não é algo que se cria, nasce com a gente. Foi transmitida por nossos pais, que herdaram de seus pais.

Crescemos aprendendo que todas as regras devem ser respeitadas, somos moldados por elas. Somos filhos das falhas que caracterizam uma nação, falhas que são como rachaduras numa rocha, quanto mais o tempo passa, mais profunda ela se torna. Como mudar o mundo sem mudar quem somos? Como criar a coragem que caiu no abismo entre as rachaduras?
Sempre me dizem que preciso dar soluções em minhas redações. Mas só o que vejo quando olho pela janela, são perguntas sem respostas.

sábado, 18 de julho de 2009

Para: Jéssica

Ao longo de nosso crescimento, percebemos que nossas vidas estão baseadas no tempo, aquele criado pelos homens na ânsia de poder controlar a sua vida e a de outros ao seu redor. Quiçá isso só levou o homem a estreitar as relações e criar falsas expectativas acerca de uma pessoa. Contudo, às vezes, deparamo-nos com pessoas que ultrapassam isto, são aquelas capazes, não apenas de aproximar, mas de poder mudar a perspectiva de vida de uma pessoa, sustentando e apoiando um sonho desta – chamaremos aqui de amizade.
Mas, há momentos em que descobrimos pessoas que não são capazes de nos dar apoio, porem são altruísta, o suficiente – talvez louco, para dizer: “eu vou junto com você” – o qual eu chamo de Jéssica. E, pela incrível previsibilidade do futuro, posso falar que um dia nós nos separaremos, trilharemos caminhos distintos, e não vejo isso como algo ruim – embora isso possa parecer, mas como mais uma lição da vida para provar-me o quão você é importante e as inúmeras coisas que me ensinou.
Sentiremos saudades dessas conversas no MSN, desses sonhos efêmeros de poder concertar o mundo incrédulo e das infinitas vezes em que rimos das desgraças alheias. Saudades daquelas angustias, quem sabe daquelas lágrimas de desespero em querer fazer tudo ao mesmo tempo, como quem acreditasse que o mundo acabaria no momento seguinte. Porem nos lembrará a amizade vivida... Olha que sempre pensei que amizade durasse para sempre.
Nossas conversas, com o passar dos dias, meses e anos, tornaram-se mais raras. Até um instante em que não conversaremos mais, e ficará na memória como uma passagem da vida... Perder-nos-emos no tempo – adoro mesóclises.
Porem, em algum momento alguém vai olhar para uma foto e questionar: “Quem são esses?”, e você, quem sabe, responderá: “Foram meus amigos”. Então, penso que nesse momento a saudade recairá, e lembrará de tudo o que passou. E talvez isso doa, pois você poderá pensar que foi nessa época cheia de amigos que você viveu alguns dos melhores anos de sua vida.
Por isso, não sejamos estúpidos os suficientes para deixar que rixas, querelas ou discussões não construtivas se transformem em grandes decepções, fazendo com que não aproveitemos nossos melhores anos. Embora seja nos momentos de dificuldade em que vemos a qualidade de nossas amizades. Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz.

De: Rodrigo

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nobody's sober

Eu não quero ser a garota que ri mais alto, ou a garota que nunca quer estar sozinha, porque só de estar sozinha com você em silêncio, já é o suficiente para que eu me sinta bem e feliz.
Não posso explicar porque me sinto dessa maneira, me sinto assim o tempo todo. E agora, com o sol me cegando, depois de ficar acordada a noite toda, eu descubro que não quero que essa história termine nunca!
Não há erros para serem cometidos novamente, essa é uma nova história, totalmente unica, não há nada para ser igual ou diferente.
Sei que estou segura aqui em cima, então porque eu sinto que essa festa acabou? Será que há algo errado?
Já não sei de onde vim, mas me sinto em casa com você. Só com você aqui. Céus, como posso me sentir bem assim tão sóbria?
Talvez a resposta não importe. Porém, pode abrir os olhos amor, e encontre as suas razões.
Você está comigo agora, e sei que não consegue encontrar o que deixou pra trás. Eu não quero ser a garota que tem de preencher o silêncio, sei que ele te assusta, porque grita a verdade.
Contudo, se parar para escutar, vai ouvir que a noite está nos chamando.
Ela diz: "vem brincar."
O que mais podemos fazer? Sei que se eu me deixar ir, sou a unica culpada.
Mas talvez a culpa não importe. Já não sei de onde vim, mas me sinto em casa com você. Só com você aqui.
Isso parece ser o suficiente. Tudo está tão bom, não há maneira de ficar mau.
Então desista de encontrar aquele antigo você.
Essa é uma nova história, totalmente unica, não há maneira de ser igual ou diferente.
(Intertextualidade de Sober - Pink, Nobody's Home - Avril Lavgine).

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Luna. Part II

Uma sombra remota a fez parar para refletir sobre sua vida.
Olhou para trás, para um passado quase presente, será que teria chegado até aquele ponto, feito o que fez, se tivesse continuado aonde estava?
A duvida corroeu suas certezas, ameaçando abalar sua segurança e trazer de volta os medos que ela acreditava estar livre. Respirou fundo e sentiu o sol acariciar sua pele. Não. Estava segura demais para se deixar levar por uma cisma momentânea.
Contudo, algo já havia se agitado dentro dela, deixando-a desconfortável. Fechou os olhos e repassou toda sua vida. Todos as suas atitudes, pensadas e não pensadas, todos os seus arrependimentos, suas dores mais profundas, os medos que já perfuraram sua alma.

Passou os olhos rapidamente pela primeira vez em que viu sua vida ser jogada de um penhasco, e do momento em que teve que se jogar atrás dela para resgatá-la. Tendo que juntar os caquinhos que restara dela, ao mesmo tempo em que seus ossos se restauravam em sua carne sangrenta. Não precisava se demorar nessa parte, ela ainda estava presente a cada minuto de sua vida. Jamais a abandonaria.
Preferiu se demorar no primeiro grito de liberdade que dera, quando sentiu o que era viver e encontrou o que há tempos estivera procurando, mesmo sem saber, as companhias eternas e passageiras que se tornaram fundamentais para sua existência. Uma dor espetou seu coração quando seu egoísmo lembrou-lhe que muitos dos momentos perfeitos dessa época estarão protegidos pela solidão do nunca mais. Foi o canto de um pássaro próximo que a salvou da força de seu ego.
E com vergonha olhou para o maior fracasso de toda sua existência, quando desistiu de gostar de viver. Quando aceitou falsas verdades para fingir que seus sonhos haviam sido realizados. Quando virou as costas para o tempo, e deixou passar o que poderia ser uma das melhores fases de sua adolescencia.
Então entendeu.
Embora essa parte pareça ter ocorrido numa outra vida, com outra pessoa, ela soube que é a parte fundamental para chegar aonde chegou. Esse fracasso afirmou todas as suas experiências, das vitoriosas às dolorosas, das irresponsáveis às mais maduras. Pela primeira vez notou que todas as suas atitudes a haviam levado aonde está e nada poderia mudar o curso que sua vida está seguindo.
Olhou atentamente para o passo que havia dado, pode ter sido grande demais para suas pernas, mas certamente a deixou no lugar certo. Esse momento não era como o antigo grito de liberdade, era como um sussurro timido que indaga: isso é ser livre?
Só depois de sentir, entendeu o que afinal é viver. Foi preciso não reconhecer o que tinha, perder tudo e refazer, ganhar luz e entrar por vontade própria na escuridão, para ter a pequena compreensão do que significa ter uma vida.
Abriu os olhos e finalmente sorriu.

"Quando desisti dos meus sonhos e desejos, tudo aquilo que sempre quis foi jogado de qualquer jeito em meus braços. Não parei para arrumar, continuei andando com aquele peso, sem abrir mão de nada, e sem saber ao certo como lidar com tudo de uma vez só.
Desconfiei do amor e mesmo assim o agarrei. Temi muitos momentos, mas mesmo assim os vivi como se fossem unicos. E me apaixonei por cada instante em que tive que fazer com toda aquela bagunça o melhor possivel."

Contudo, algo ela não confessou, e talvez jamais seja capaz de confessar, o quanto se apaixonou por seus próprios pecados.

sábado, 11 de julho de 2009

O humor e o Tempo

Está chovendo. Maldição!
Meu humor acompanha o tempo, e sou uma garota de sol. Tudo para mim tem menos vida quando chove, menos cor quando esfria. Toda dor é sempre pior.
Se a Terra não precisasse da chuva, se a nossa própria existência não precisasse dela, então certamente eu ficaria ainda mais furiosa.
As matizes do céu se perdem nas nuvens brancas e pesadas.

Isso me chateia.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O que se espera do tempo?

Esperar é o que todo mundo faz. Espera para poder comprar um carro, para poder fazer algo que gosta. Espera ser promovido. Espera onibus. Espera o momento certo.
Quem não espera é apressadinho demais. Imaturo. Irresponsável.
Quem só espera, não sabe viver. É lento. Não tem perspectiva.
A sociedade passa o tempo julgando cada individuo, não pelo que ele faz ou por quem ele é, mas pelo quanto ele espera e como usa o tempo de esperar. A verdade é que vivemos buscando mais tempo para podermos continuar à espera de nossos desejos.

Tempo. O senhor da vida. É comum se ouvir dizer que os seres humanos passam por várias fases durante a vida. Bobagem. Eles passam por mudanças de tempo, pois passam a querer fazer mais coisas de uma vez só. Contudo, por uma estranha razão, este está sempre em falta. O que ocasionalmente os obriga a esperar para concluir tudo o que precisam fazer.

Também não é incomum à alusão que se faz de que o tempo é retilinio, composto por passado, presente e futuro. Mentira. Não há nada mais cíclico do que o nosso senhor. Pois este não é definido pelos fatos que o marcam, mas pela rotina incessante de minutos formados por 60 segundos e horas formadas por 60 minutos, pela insuportável ligação que há entre a hora de dormir e a hora de acordar, pelo desgraçado momento em que se tem que fazer a mesma coisa de ontem, do dia anterior, e do outro... Porém, defini-se principalmente, pela constante regra de esperar.
Aqueles que dizem que a unica coisa que se espera do tempo, é mais tempo para fazer tudo o que precisam, enganam-se. Pois só que fazem é esperar. Esperam do tempo mais tempo para esperar. Esperam sempre, a hora certa de amar, de confiar, de beijar.



Esperam viver.

domingo, 28 de junho de 2009

Gay's Week



Todas as coisas que ela disse
Todas as coisas que ela disse
E estou totalmente confusa,
Me sentindo encurralada e acometida
Eles dizem que é minha culpa

Mas eu quero isso tanto
Quero fazê-la voar para longe
Onde o sol e a chuva
Venham sobre o meu rosto
Lave toda a vergonha

Quando eles param e olham
Eu não me preocupo
Porque estou sentindo por ela
O que ela sente por mim

Eu posso tentar fingir
Eu posso tentar esquecer
Mas isso está me deixando louca
Estou perdendo a cabeça

Mãe, olha para mim
Diga o que você vê?
Sim, eu perdi minha cabeça

Papai olha pra mim
Algum dia serei livre?
Eu passei do limite?
(t.A.T.u - All the thing she said)

A sociedade mudou. A cultura dos povos já não é mais a mesma de séulos atrás. As pessoas não vivem mais como antes, não se alimentam como antes e não necessitam das mesmas coisas do passado. Então por que repimi-las se mudaram sua forma de encarar a constituição de um relacionamento, preferindo unir-se a alguém do mesmo sexo?
Só porque um dia alguém decidiu registrar que familia é o matrimônio entre um homem e uma mulher, não significa que isso não possa ser mudado também. Uma vez que a principal definição de familia é a união entre aqueles que se amam e prometem a vida um ao outro e não apenas o cru e frio paradigma de que um homem e uma mulher devem viver sob um mesmo teto e procriar.
Todavia, um dos argumentos mais usados para reprovar este tipo de união é que uma criança não pode crescer num lar no qual possua duas mães e nenhum pai - ou o contrário -, pois se sentirá diferente em relação às outras crianças. Porém, em todas as fazes da vida, este individuo terá que lutar contra o preconceito em relação às diferenças. Sendo por ter uma religião diferente das demais, por ser gordo ou magro, alto ou baixo, loiro ou moreno. O fato de ter dois pais ou duas mães será apenas mais um desafio ao qual este indíviduo terá que enfrentar.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mais blog

Tarde chuvosa só para deixar a preguiça querendo dominar o mundo! Bom, escrevo no blog pra mim mesma geralmente, já que ninguém visita isso aqui direito. Mas só para deixar registrado que mudei a aparencia dele porque não estava rolando uma quimica entre nós dois. Agora vou deixar o blog um pouco menos casual, a antiga casualidade me deixava uma sensação hostil e um certo desgosto para escrever.
Na realidade fiz este blog com a finalidade de treinar redação e deixava minhas opiniões diretas e meus comentários para o outro blog que nem existe mais. Portanto, como aquele não existe mais, preciso deixar este aqui do jeito que eu gosto. Porque amo escrever, mas não me agrada quando isso deixa de ser um hobby e passa a ser obrigação; afinal, quando amamos o que fazemos, nunca chamaremos de trabalho. (Lição da orientação vocacional, hihi)

Estava pretendendo escrever um pouco sobre nova lei que tira a obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão de jornalismo. De fato, li muito sobre isso, contudo sinto que ainda preciso ler mais para poder expressar exatamente o que eu penso e sinto (já que de uma forma ou de outra isso me atinge), para poder falar a respeito.
Então é isso... cya.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Fuga


O que seria melhor do que estar longe daqui?
Subir num ônibus e ir pra qualquer lugar que tenha sol; o sol não aquece apenas o corpo, aquece também a alma.
É certo que não se pode dizer que é apenas ele o responsável pelo quente bem-estar, mas as lembranças que a sensação de seu calor traz.

Tranquilidade. Paz. Equilíbrio. Harmonia. Confiança. Força. Certezas. Poder.

E se não é permitido estar em sua presença, que se esteja em um lugar onde é possível recordar-se dele com maior precisão. Praia; um lugar longe daqui.
Um espaço aonde é possível organizar as idéias sem que se tenha que rever conceitos cada segundo do dia. Aonde tudo o que há são as verdadeiras dúvidas do ego, e não as dúvidas do super-ego (voz da sociedade).
Espaço no qual é permitido correr sem justificativas. E para que correr? Para ter, mesmo que por alguns segundos, a sensação de que é possível deixar os medos para trás.
Sendo dessa forma, que fique também para trás as lembranças. Não por temer o passado, mas por exitar acrescentar mais fins nele.

Fim. Poder-se-há algum dia defini-lo? O dicionário o explica como conclusão. Porém, há muitos fins sem conclusão, como o final da vida de uma flor, que não encerra a sua existência. Concomitantemente, há começos concluídos, como o casamento, que é o inicio de um objetivo cumprido.
Logo, só o que se pode afirmar a respeito do fim é que ele está presente em todos os momentos da vida, separando-os uns dos outros, guardando-os no coração, para que se tente deixá-los para trás, correndo em um lugar longe daqui.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Violência.

vi.o.lên.cia: s. f. 1. Qualidade de violento. 2. Ação violenta.
Segundo o dicionário michaelis, violência está diretamente ligada ao ato cometido por um individuo. Porém, a violência mais cometida diariamente, é a violencia moral.



[interrupção do meu raciocinio, continuo depois.]

quinta-feira, 21 de maio de 2009


"O Amor é o único sentimento que nos faz sorrir para o nada, achar lindo o que é desprovido de beleza, suspirar a todo instante sem mesmo perceber, atrair a felicidade, pois é fácil ser feliz quando se ama e sentir uma louca vontade de gritar para o mundo: Eu amo você!."
(Sobre A linguagem do amor de Petter Adams)

Sei que Sheakspeare transformaria essa história em ultra-romantismo, mas ela já é perfeito sem o desespero apaixonado, que envolve suas obras.
J.K. Rowling poderia transformar este meu mundo em magia, mas já existe algo de mágico na maneira como você me olha.
Stephen King certamente estaria entendiado, pronto para colocar terror no meu dia à clarear.

Grandes autores, sem dúvida, escrevem magnificas obras. Mas apenas grandes amantes podem contar verdadeiras histórias.
Posso não conseguir encontrar sempre as palavras certas, mas há certeza em tudo o que digo, posso rasgar os meus rascunhos, porque sei que o verdadeiro texto está em mim, posso até escrever na areia, porque sei que pelo menos o vento será testemunha.
O que tento dizer, sem conseguir esconder, é que não sei que o que é o amor. Mas não preciso saber disso para amar.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Identidade

Houve um tempo em que o questionamento popular era: "Quem sou eu?". "De onde eu vim?". "Por que estou aqui?". Época em que para se ter uma resposta e passá-la ao mundo era necessário certo sacrifício. Nem todos tiveram êxito. Poucos dos que conseguiram se expressar continuaram a viver por mais tempo. Quase nenhum foi reconhecido em vida.
Talvez os antepassados tivessem medo de perder as perguntas que eram a razão do seu existir, ou talvez, simplesmente precisassem de suas certezas ignorantes para encontrarem perguntas óbvias.

Contudo, sob perseguições e mortes, religião e magia, a sociedade cresceu. E, por ironia do plano da morte, aprendeu. Aprendeu a aceitar respostas, mas principalmente, a mudar suas perguntas. Afinal, não é de Sócrates a frase "Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância"? O homem pode demorar a mudar, mas jamais deixará de fazê-lo. Pois a História prova que ele sempre vive em buscar de mais; mais de tudo o que já possui; mais perfeição a qualquer coisa que já se mostre perfeita.
Porém, jamais haverá um padrão em sua mudança, cada ser tem a sua identidade, sendo essa formada por igualdades e diferenças. Igual naquilo que se tem, ou até mesmo no que se quer, entretanto, difere-se na forma de querer, na intensidade da busca; difere-se em Ser. Isto é a essência do ser humano, tão frágil e delicada que, quanto mais o tempo passa, mais difusa ela se torna. Apenas olhos espertos ainda podem ver. E enxergam que os séculos mudaram as perguntas, tornaram supérfluos os alicerces - que formam a particularidade de um individuo -outrora insipientes.
Agora indagam-se "Porque eu sou assim?", ou até mesmo "Por que não sou como ele?", "Por que não posso ter o que todos tem"?. São perguntas desprovidas de possibilidade de reflexão pessoal; são perguntas respondidas com agulhas e bisturis. Feitas por seres que vêem para pensar.

Bons eram os tempos em que ainda se via para descobrir. Em que o sentido de viver era fazer, e não apenas ter.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Luna.


"What is this feelin' takin' over?
Miss guarded heart
Miss play it smart
Miss if you wanna use that line you better not start, no
But she miscalculated
She didn't wanna end up jaded
And this miss, decided not to miss out on true love,so
By changing a misconception
She went in a new direction
And found inside, she felt a connection
She fell in love."
(Miss independent - Kelly Clarkson)


Talvez eu esteja perdida no escuro. Mas não é um escuro depressivo, sinônimo de solidão. É um que nos faz enxergar apenas o que gostamos de ver; é como poder distinguir apenas algumas cores. Não é tudo, porém, pode ser o suficiente. Não sei ao certo em que momento dessa história fiquei "dautonica", mas espero continuar assim por enquanto. Céus, o que aconteceu comigo?

Houve um tempo em que nada podia abalar minhas certezas, tempo em que meu coração era blindado. Pergunto-me em que parte desse tempo baixei a minha guarda. É como se tivesse bebido uma boa dose aquela noite, dose de loucura, e os efeitos demoram a passar.
Contudo, eu apenas rio e aproveito, não me importa não saber mais aonde estão as minhas barreiras, não me importa ter que tatear no escuro. Cedo ou tarde, as luzes sempre serão acesas, então, quero aproveitar isso da melhor maneira. Posso até repetir a dose essa noite, quem sabe o quanto poderei ver pela manhã?

Talvez meus olhos não tenham sido mesmo enganados, talvez apenas estejam se acostumando à claridade de um novo mundo. Posso sentir a brisa em meu rosto, estou livre das minhas prisões, livre da minha rotina de regras estúpidas. Um grito é tudo que eu preciso dar, pois já havia esquecido como é bom sentir que se está em um sonho. E não quero me digam para tomar cuidado com quedas e alturas, não preciso de um "eu avisei". Estou feliz por poder ser quem eu sou o tempo todo, e não me importa o quanto isso possa ser perigoso.

Pois há aqui um coração nervoso batendo loucamente e não há nada mais perigoso do que isso.

sábado, 11 de abril de 2009

Escrever sempre foi tão fácil. ENTÃO POR QUE EU NÃO CONSIGO?

To com sono...
talvez tenha mesmo perdido o jeito.
Não quero desistir...

quinta-feira, 26 de março de 2009

My turn


"Estou farto de pagar minhas dívidas
Jogado o jogo "até ao fim, e perder
Então, alguém pode me dizer
Quando é que vai ser a minha vez?
Ontem, eu aprendi que o amanhã é incerto
Então por que é que não posso apenas fazer a minha vez hoje?
Eu tenho jogado sistematicamente e seguido as regras
Mas o prêmio vai para aqueles que não são devidos
Ainda ninguém pode me responder
Quando é que vai ser a minha vez? "

(D.S.R., Hoobastank)


E isso é um jogo entre Tons e Médios.
Quando as palavras já não são mais armas, mas o tom delas.
Não faz diferença o esforço e a dedicação que se teve para conseguir algo, consideração não virá de todos.
Sempre será assim no mundo, sempre haverá alguém que sorrirá para você, e cuspirá aos seus calcanhares.

Não importa quantas pessoas tem as mesmas opiniões, na sociedade em que eu vivo todos os dias, a maioria não vence. A educação não vence. Com o respeito, não lucrei nada.
[Estava errada, hoje dia 27, a maioria venceu. A educação contou MUITO e o respeito foi a cartada final.]
Hoje e somente hoje (d-26), preciso usar o EU aqui, para não destruir a casa... para não agredir ninguém... para continuar sendo racional.
Porque foi hoje que eu vi o quanto as pessoas podem ser MANIPULADORAS.
O quanto elas podem fazer mal e mau.

Não venço, mas também não luto mais. Covarde? Não. Saudável.
Lutar por um desejo é ótimo, é o que todos devem fazer, mas luto em um jogo limpo.
Podem me tirar do sério, podem me tirar do jogo também. Mas a minha educação, o meu caráter e a minha razão, isso ninguém pode tirar. Isso é uma prova para exibir com orgulho, prova de que à minha volta há aqueles que deixam coisas boas. Há aqueles que acrescentam algo à minha vida, que fizeram diferença pra mim.
Mas não importa nada que disse. Tudo pode ser distorcido. A verdade pode ser feita mentira, contudo, essa é a única que sempre virá à tona.
[E foi quando menos esperava, quando tirei minha bandeira do território, que mais me surpreendi. E fiquei feliz. Bem, talvez não haja tantas pessoas ruins a minha volta, talvez algumas simplesmente não souberam como se manifestar, talvez não sejam tão abertas e claras como eu. Ou, ainda que eu não queira acreditar nisso, talvez eu seja uma tonta que sempre espera o melhor das pessoas.]

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ja cansou de propostas, de dar respostas e ter que dar certo, até que o mundo gire ao seu redor?


"À distância você vê o paraíso, um lugar ideal
Você bem sabe que de perto
Ninguém é tão normal"
(Dois lados - Frejat)


Há quem diga que para viver é necessário se ter uma meta, saber sempre para onde ir, sem ter que olhar para os lados e parar para pensar nas curvas. Bobagem. Não há regras para a vida, apenas para os seres humanos.
Sorte deles que os cães não podem falar, pois se pudessem, certamente questionariam a necessidade de se sentar no momento em que o que precisam é correr e demonstrar sua felicidade; é isso que diz seu olhar, por que tenho que esperar para ser feliz?

Para os humanos, o sinônimo de viver é existir. É fazer, em primeiro lugar, o que o mundo espera que deve ser feito. Por que? Nem mesmo eles sabem. Não sabem por quê, afinal, lutaram por um ideal para depois se perder no meio da guerra. Não sabem porque foram intolerantes, se agora intolerância é a reação ao último desgraçado que tomou a cerveja escondida na geladeira. Não sabem por não se importarem; por não questionarem se o que são e o que tem é o que querem, ou o que aceitaram sem querer.
Contudo, a padrozinação humana do modo de viver é, por necessidade, inevitável. De outro modo, saberia a jovem que seguir o seu sonho não é uma opção que a leva para uma estrada inexorável, na qual, se errasse pagaria pelo "tempo" perdido. E sim, apenas uma escolha, uma alternativa para ser feliz dentre muitas. Saberiam os filhos, que se os pais não tivessem de ser o que todos esperam (maduros), passariam a madrugada jogando vídeo game, dando uma festa ou assistindo a um filme, sem ter medo que o sol nasça antes de irem dormir.

Todavia, diante dessa apresentação que inaugura todos os dias um novo modo para ser normal, há quem experimente a velha maneira de ser estranho, dizendo a verdade, sem se importar que ela seja considerada a razão dos insanos, afinal, oferecer à um homem flores, é aprender a colher sementes.
Portanto, não é preciso saber aonde se quer chegar, mas sim, aonde se chegou com o que se quis. Simplesmente para que, ao final, não tenha que se perguntar em que momento não valeu a pena.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Afinal, será que amar é mesmo tudo?

Todos os corações são livres. Essa é a única essência da liberdade particular de cada um.
Pode-se prender um corpo, uma alma e até mesmo, uma lágrima ou um sorriso. Mas não se pode delimitar um sentimento.
Sentir é viver antecipadamente, sem precisar de um endereço e de uma causa; é dizer para si mesmo aquilo que se quer gritar para o mundo.
Porém, amar é abdicar à unica liberdade que nunca precisou ser conquistada. É dizer a todos que por doar seu coração, ganhou algo muito melhor em troca. Amor. Amor?

Não. O desconhecido. Pois se nem mesmo Luís Vaz de Camões conseguiu livrar-se da antítese do tal, como pode o ser humano, sendo padronizador, confiar à maior incógnita da vida a sua maior preciosidade, a liberdade?

Talvez, sem amor, o indice de mortalidade diminua, as pessoas sofreriam menos, não teriam que buscar mais de uma vez durante a vida um novo ponto para recomeçar, quando sua liberdade for bruscamente devolvida. Quando já não se sabe mais lidar com ela.
Não amar seria continuar sempre no mesmo caminho, sem ter que reajustar a própria vida por vezes e vezes, só para que no final, ela precise ser reajustada novamente.
Ou talvez porque, sem amor, andar nos trilhos de um trem não seria uma brincadeira perigosa; talvez morrer fosse apenas deixar de existir, não seria deixar ninguém, não causaria dor a ser algum.
Não amar seria nunca se arriscar; nunca ter que se preocupar com O Alguém.
Jamais esperar para receber um telefonema ao final do dia, simplesmente para ouvir as três palavras tradicionais, que não importa quanto tempo passe, nem o quanto o mundo mude, sempre causará o mesmo efeito nas pessoas. Eu te amo.

Então, é claro que o amor não é necessário, ele é apenas um elemento.
Amar é que é essencial, para tudo, para todos.
Por que? Pode ser que Jota Quest é que esteja certo quando diz que "Amar não é ter que ter sempre certeza", não é preciso entender o amor, ele não é nada.

Amar é mesmo tudo.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Um mundo a parte

A verdade sobre as estórias é que elas abrigam almas sem corpos e essências sem espiritos. A energia que os envolve a cada pequeno e simples detalhe, não é por eles liberada, mas sim transmitida - sendo por ocasionar um sentimento ou adicionar uma lição -, sempre de um jeito diferente.

Criar uma estória é doar parte da aura transferindo assim todas as cores do próprio ser -amarelo para alegria, verde para paz, vermelho para paixão, roxo-ciúmes, vinho-ira -, entretanto, não se pode dizer que tal tarefa é fácil, pois quanto mais se entregar e acreditar naquilo que se está criando, mais dificil ficará a despedida.

Contar uma estória pode ser ainda mais intenso, pois se passa não apenas as cores e essências das almas ali existentes, como também as próprias experiências e sentimentos absorvidos destas. Contúdo, quem escreve se doa sem se importar, pois ama o que cria, e não apenas criar.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A sociedade faz um indivíduo, ou o indivíduo faz a sociedade?

A sociedade brasileira, assim como a maioria das sociedades capitalistas, é envolvida por princípios que devem ser respeitados, tais como constituir uma sociedade livre, justa e solidária, e promover o bem de todos sem preconceitos de qualquer natureza.

Logo, se um indivíduo comete um crime, este tem o direito de se defender e, condenado ou não, deve ser tratado com respeito perante as leis humanitárias. Entrementes, sua posição economica é autamente considerada, embora este fato relevante tenha escapado aos humildes legisladores.
Para aqueles que crêem quando Aurélio diz que lugar de convívio social é um meio humano onde um ser está integrado, se pode lamentar informar que nem todos integram-se da mesma forma. A distinção entre aqueles que podem reclamar por não ter dinheiro para levar a família a um bom restaurante, e aqueles que conhecem tanto o restaurante, quanto seus clientes com suas gordas carteiras pesando-lhes no bolso, prontas para serem tomadas, não podem conviver como um todo.
Contudo, estes humano ambivalentes são filhos da mesma nação, que parece ter esquecido seus preceitos igualitários, tornando ainda mais difícil a aplicação da tal Justiça. Portanto, somente quando a diferença social deixar de ser vista como sinônimo de classificação dos que são bons e maus, certos e errados, poder-se-há julgar os que merecem ou não serem condenados por seus crimes.