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terça-feira, 23 de junho de 2009

Fuga


O que seria melhor do que estar longe daqui?
Subir num ônibus e ir pra qualquer lugar que tenha sol; o sol não aquece apenas o corpo, aquece também a alma.
É certo que não se pode dizer que é apenas ele o responsável pelo quente bem-estar, mas as lembranças que a sensação de seu calor traz.

Tranquilidade. Paz. Equilíbrio. Harmonia. Confiança. Força. Certezas. Poder.

E se não é permitido estar em sua presença, que se esteja em um lugar onde é possível recordar-se dele com maior precisão. Praia; um lugar longe daqui.
Um espaço aonde é possível organizar as idéias sem que se tenha que rever conceitos cada segundo do dia. Aonde tudo o que há são as verdadeiras dúvidas do ego, e não as dúvidas do super-ego (voz da sociedade).
Espaço no qual é permitido correr sem justificativas. E para que correr? Para ter, mesmo que por alguns segundos, a sensação de que é possível deixar os medos para trás.
Sendo dessa forma, que fique também para trás as lembranças. Não por temer o passado, mas por exitar acrescentar mais fins nele.

Fim. Poder-se-há algum dia defini-lo? O dicionário o explica como conclusão. Porém, há muitos fins sem conclusão, como o final da vida de uma flor, que não encerra a sua existência. Concomitantemente, há começos concluídos, como o casamento, que é o inicio de um objetivo cumprido.
Logo, só o que se pode afirmar a respeito do fim é que ele está presente em todos os momentos da vida, separando-os uns dos outros, guardando-os no coração, para que se tente deixá-los para trás, correndo em um lugar longe daqui.

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