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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

BLOG LINDO

Eu não te abandonei! Só estou super sem tempoo! Amanhã vamos visitar a revista Metropole!! E semana que vem talvez irei pra São Paulo visitar a revista Placar! Eu já disse que amo o jornalismo?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vaca-ovelha

Ela voltou da faculdade no horário de sempre, mas desta vez não desceu na sua casa. Viu-se subindo as escadas do prédio do seu namorado, será que ele já havia chegado? O que diabos ela estava pensando para ir parar ali?

Resolveu que o melhor a fazer era ligar para sua mãe ir buscá-la. Pelo visto ia chover. Enquanto subia as intermináveis escadas, tentou discar os numeros. Mas o celular apagava toda hora, por alguma razão, não conseguia discar e não entendia o que estava acontecendo. Uma confusão de sons a invadiu e por alguns minutos - ou horas, ela não tinha como saber - ficou perdida entre imagens que vinham e saiam de foco antes que pudesse enxergá-las de verdade.

Uma onda fria a invadiu. Medo. Desistiu do celular e olhou a sua volta. Que estranho, não se lembrava de já ter entrado no apartamento. Entretanto, aquela sala não parecia a sala dele, era tão grande e escura. A unica fonte do brilho da lua através da janela. Tentou fazer mais luz com o inutil aparelho em suas mãos, entretanto, ele já não servia nem para isso.

Respirou fundo, incomodada. Teve o pressentimento de não estar sozinha. Tentou acender a luz, e quase praguejou a existencia escrota daquele interruptor inativo. Decidiu que o melhor a fazer era olhar em todos os cômodos para se certificar que havia alguém.

E não precisou andar muito, a mãe dele estava lá.
- Ele já voltou? - Perguntou a garota, apesar de saber a resposta.

A mulher de cabelos escuros se limitou a assentir sem nem mesmo olhá-la. Novidade. Pensou ironicamente a outra, evitando que a palavra sogra tomasse sua mente. Depois de uma inspeção breve pelo resto dos quartos, o encontrou. Bem, não parecia muito seu namorado, não estava dizendo coisas que faziam muito sentido.

Um calafrio a dominou quando pensou que este dia inteiro estava coberto de coisas que não pareciam reais. Segurou a sua mão e decidiu que precisavam sair dali, ir para casa dela, avisar sua mãe que havia voltado da faculdade para casa dele e que estava bem. Céus, quando foi que o mundo se tornou não esquisito?
Entraram num carro, embora ela não se lembrasse de como haviam chegado até ele. Ao seu lado, o garoto sustentava um olhar vago e tentava fazer seu celular funcionar. Inutil. O pai dele dirigia. Como antes, uma sucessão de imagens e sons entranhos tomou conta dela.

- Um sonho! - disse surpresa. Como não havia percebido isso antes?
- O que? - Perguntou o motorista.
- Isso é um sonho, é por isso que as coisas parecem tão esquisitas. Logo tudo voltará ao normal.
- Você está louca - concluiram os homens.
- Ora, e você acha que é possivel que aquela vaca-ovelha seja real?

Eles não responderam. Chegou a hora de descer do carro, mas como descer com aquela vaca do tamanho e cor de ovelha olhando para ela? Parecia que ia atacá-la. É um sonho, disse para si mesma, pode abrir a porta e sair que nada vai te acontecer. Abra a porta Jéssica. Abriu, desceu e caminhou de encontro a sua mãe, que estava parada com o portão de casa aberto.
A vaca-ovelha lhe lançou um olhar mal-humorado, como se dissesse: ei, estou acostumada a dar medo para as pessoas em seus sonhos. Você está estragando tudo. Mas a garota não se importou, precisava contar para mais gente que o mundo estava maluco porque aquilo era um sonho. Só que ninguém quis acreditar.

Depois de mais uma sucessão de acontecimentos irreais, finalmente conseguiu abrir os olhos. Ufa! Estava certa. Olhou no relógio e sentiu um leve mal-humor ao notar que ficou presa em seu pesadelo por 14 minutos a mais do que gostaria. E o seu estado de espirito piorou ao notar que não havia nenhuma mensagem não lida. A mensagem que estava esperando poderia te-la tirado daquela confusão.


Levantou-se sentindo-se derrotada e odiando o dom masculino de manter-se incomunicável por tempo suficiente a deixar mulheres com os nervos à flor da pele.