
Deitada no escuro, todas as formas já se esconderam atrás de cada ponto luminoso que se apagou, sons foram baixando até não mais existirem, eles estavam lá, mas a falta de sua importância, silenciou-os, como a verdade explicita àqueles que não a querem enxergar.
Os olhos já não tem utilidade perante a imensidão obscura que os cerca, mas fechá-los, é algo que convém. Fechados eles não podem enxergar nem ao menos, as formas sombreadas dos objetos, porém, podem ver aquilo que lhes agrada. Podem detalhar uma simples colher, podem até fazer com que a sinta; o metal frio ao primeiro toque e quente, após a condução de calor humano. Podem fazer momentos reviverem de forma tão real, quanto quando aconteceram e, por mais extraordinário que possa parecer, podem fazer desejos se realizarem, podem dar cor, som e cheiro, ao desconhecido.
Duas escuridões semelhantes, embora diferentes.
Seria os olhos o responsável por tanta criatividade? Não, evidentimente, os olhos são apenas portas para um mundo criativo, que está escondido entre a máquina mais perfeita que existe: o cérebro.
O cérebro, capaz de criar qualquer coisa, quando se permite que ele o domine, juntamente com suas emoções mais sobressalentes, o resultado é viver os melhores momentos, nos melhores lugares, com as melhores pessoas, ou, o pior. Cabe a cada um, construir dentro de si, o mundo que quiser.
Mas, seria então um mundo de ilusão? É o que todos um dia se perguntam, e até temem, viver de sonhos, construir um mundo perfeito, para depois vê-lo desmoronar. Porém, cegos por tanta vontade e até por um certo desespero de se agarrar a algo que é confortante, esquecem que, mesmo quando se fecham em suas próprias casas, o resto do planeta está do lado de fora, esperando que saiam, para continuarem as suas vidas.
O que se julga a diferença entre realidade e ilusão, é na verdade uma semelhança, pois mesmo que mundos perfeitos existam dentro de cada ser, ele é capaz de ver o que acontece a sua volta, é capaz de sentir e se preparar para a realidade.
A natureza é simples, se foque em apenas uma atividade, ela será perfeita, mas o mundo a sua volta pode ser destruído enquanto a estiver realizando, mas, ao se focar em uma atividade, podendo enxergar todas, quando terminar, terá o resultado ideal, num mundo propício.
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