sábado, 30 de agosto de 2008
Descritividade
Dois longos minutos se passaram, nos quais ela encarou a sombra com olhos atentos e arregalados, parecia estar pregada no chão por um medo invisível até que, uma onda de coragem e determinação fervilhou em seu interior, fazendo-a correr e fechar aquela porta fria sem exitar. Passou tão rápido, que não notou a escrivaninha branca ao lado direito da porta, onde uma grande quantidades de enfeites de louça haviam sido derrubados, por algum estranho e desconhecido motivo.
Um calafrio lhe atingiu a espinha, segurou com mais força o trinco do closet, como se esperasse que alguma coisa, ou alguém, lutasse do lado de dentro para reabri-la. Respirando fundo, voltou-se para o quarto, dando alguns passos em direção aos raios de sol, sentindo o calor voltar ao corpo; como se um velho amigo lhe estivesse abraçando. Virando-se para a parede a sua direita, sentou se na bela e estofada cadeira de uma luxuosa penteadeira. A madeira branca era suave e lustrosa, em cima desta, havia uma coleção de cremes e perfumes, além de acessórios para o cabelo e maquiagens. Pegou com carinho uma escova de metal, fabricação única, feita especialmente para sua dona, com uma rosa perfeitamente desenhada, como se uma caneta tivesse talhado o material frio e brilhante, o caule descia por todo o cabo dela, e inscrições diziam: "A perfeita, para a mais bela".
Mergulhada em pensamentos, se sobressaltou quando a porta do closet a sua esquerda se abriu bruscamente, seu coração disparou quando reconheceu o homem que caminhava para ela, e um arrepio lhe dominou ao notar o que trazia nas mãos.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Alberto Caeiro
" Que pena que tenho dele!
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
domingo, 24 de agosto de 2008
Change

Ingratidão à natureza

Durante eras, os seres humanos, dotados de inteligência, vagam pela Terra, explorando seus recursos e a modificando até que se esqueça que uma determinada área já foi característica de uma região do planeta, a isso se dá o nome de "evolução humana". Mas será que degradar a natureza é evoluir? Construir cidades enormes com alta tecnologia, extrair da terra mais do que ela pode oferecer e até mesmo, mais do que o necessário para se viver com algum conforto, esquecendo-se de olhar para as pequenas, mas importantes formas de vida que permitem a existência humana. Árvores e rios, elementos fundamentais para que haja habitação em um planeta, estão se tornando cada vez mais escassos. Animais estão entrando em extinção por perderem o seu espaço no mundo, o sol está se tornando um assassino e os mares mostrando a sua ira.
Logo, os responsáveis por tais acontecimentos catastróficos devem sorrir diante deles, pois este é o verdadeiro significado da "evolução humana" que buscam, e as consequências desta, serão ainda piores e se aproximam a cada dia. Ignorância é pensar que se pode fazer o que quiser com o que lhe foi dado, pois nem sempre há uma segunda chance. Se não pode repor com igualdade o que perder, é aconselhável que se cuide do que possui. Contudo, erronêo é o pensamento dos "Seres Inteligentes", que colocam seu desenvolvimento econômico e industrial em primeiro lugar, esquecendo-se que tudo o que construíram lhe foi permitido pela Mãe Terra, e toda permissão pode ser tirada.
Portanto, é melhor que o homem valorize o meio em que vive e mostre gratidão a ele, para não ter que mudar o titulo de "O planeta água", para "O planeta extinto", e não se arrepender de ter destruído a maior dádiva que um dia possuiu, tendo que presenciar a sua própria destruição.
domingo, 10 de agosto de 2008
Ser
Meu mundo é fantasia;
O que sou, quem sabe, certamente não entende.
Se quem vive é e quem está morto foi, a vida está relacionada diretamente com existir. Mas a existência não comprova a alma, apenas afirma ao mundo que um corpo conciente vaga pela Terra, cumprindo a sequência humana de crescer, estudar, trabalhar e procriar. Embora não necessariamente nessa ordem.
Mas o "ser", não constitui nenhuma lei, pois é a essencia da alma; são ausentes as caracteristicas fisicas, e presentes a capacidade de reconhecer, não o ambiente que o rodeia, mas os elementos que nele estão contidos.
Portanto, se um ser humano "é", ele sempre será e nunca terá sido. Pois conquistou o direito de "ser" podendo construir para si o mundo ideal de se viver, indestrutivel e eterno. Um mundo que embora muitas vezes não compartilhado, é habitado por seres indiscutiveis e por uma certa magia, que torna real tudo aquilo em que se acredita e faz com que se atinja o limite compreensão do desconhecido, extinguindo o medo.
Pobre são os mortais que procuram entender a essencia da alma, pois há muito mais entre o Ser e o Existir, do que se possa imaginar.